Arquivos do Mês: outubro 2020

O problema das torneiras: uma analogia com a Educação Financeira

Geralmente, o problema das torneiras é apresentado(ou deveria ser) aos alunos(as) por volta do 6° ano do ensino fundamental. É um problema que pode ser resolvido utilizando conceitos básicos de frações somado a conhecimentos de lógica e até mesmo de física. Vamos a ele:

Um tanque encontra-se inicialmente vazio e com o ralo fechado. Há disponíveis duas torneiras( chamaremos de T1 e T2, respectivamente). Se ligarmos T1, o tanque leva exatamente 2 horas para encher. Se ligarmos T2, o tanque leva exatamente 4 horas para encher. Pergunta-se: se ligarmos T1 e T2 ao mesmo tempo, quanto tempo levará para encher o tanque?

A parte lógica: a resposta deve ser um tempo menor do que a torneira mais eficiente ligada sozinha 🙂 . No nosso exemplo, a torneira mais eficiente (maior vazão) é a T1 (pois enche o tanque em menos tempo). Quando ligamos a torneira T1 juntamente com a T2, elas somarão forças. Logo, o tempo deverá ser inferior a 2 horas. Simples não? Para os curiosos, a resposta do problema é 1h20min.

Agora, uma variação do problema: vamos ver o que acontece quando abrimos o ralo( o chamaremos de R1 e sabe-se que este esvaziaria o tanque em 3 horas) ao mesmo tempo que abrimos a torneira. Para facilitar o entendimento , vamos utilizar somente a torneira T1 em nosso exemplo. Vamos ao problema:

Um tanque encontra-se inicialmente vazio e com o ralo fechado. Se ligarmos T1 e abrirmos R1 ao mesmo tempo, quanto tempo levará para encher o tanque?

Neste caso, T1 está enchendo o tanque ao mesmo tempo que R1 está retirando água do tanque , logo R1 está contribuindo para aumentar o tempo que T1 levaria para encher o tanque se o ralo estivesse fechado. Repare ainda que R1 é menos eficiente(menor vazão) que T1, então em algum momento o tanque ficará cheio. Conclusão? Levará mais de 2 horas. E a resposta? 6 horas 🙂

Quero esclarecer que o objetivo deste post não é explicar os cálculos matemáticos que levaram às respostas dos problemas, mas sim estabelecer uma relação dos mesmos com a educação financeira. Onde quero chegar? Na vida, precisamos de dinheiro para suprir nossas necessidades básicas e também para a realização de nossos desejos. As torneiras representam o dinheiro que ganhamos como consequência do nosso trabalho. São as fontes de renda. Alguns tem uma , outros tem mais de uma e, infelizmente, em momentos difíceis, outros nenhuma. E os ralos? São as despesas. Muitas delas são inevitáveis, pois são aquelas que garantem a nossa sobrevivência, tais como moradia, alimentação, etc. Mas em uma sociedade consumista, devemos ficar atentos às despesas que poderiam ser evitadas. São aquelas que geram endividamento e diminuem drasticamente nossa capacidade de gerar alguma riqueza ao longo do tempo. De que adianta ter torneiras se não ficamos atento aos diversos ralos que criamos em nossa vida, muitas vezes de forma irresponsável? Se os seus ralos são mais eficientes que suas torneiras, há apenas três soluções: fechar o máximo possível de ralos, abrir mais torneiras e, finalmente , o mais recomendado: a combinação dos dois. Vamos abrir mais torneiras e fechar mais ralos 🙂

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Ativo e passivo à luz da Educação Financeira

Você possui carro? Se sim e o usa como fonte de renda, como Uber, por exemplo, então você tem um ativo. Se o usa para se locomover ou como substituto do transporte público, então você tem um passivo. Por quê?

Ativo é tudo aquilo que coloca dinheiro no seu bolso e passivo é o que retira dinheiro do seu bolso. Simples assim( na contabilidade não é tão simples, confesso). Em ambos os casos citados anteriormente há despesas de manutenção do veículo que, diga-se de passagem, são inúmeras, tais como: combustível, seguro, depreciação(diminuição do valor do veículo no decorrer do tempo), reparos, impostos, estacionamento, etc. Mas repare que apenas no caso do motorista do Uber, o carro é uma fonte de renda. Aqui é importante ressaltar que não estamos falando de contabilidade( que é uma ciência que estuda os conceitos de ativo e passivo de uma forma muito mais profunda e complexa), pois existe a possibilidade do motorista ter prejuízo tendo este ativo( isso acontecerá se a arrecadação for inferior aos custos de manutenção do veículo). Resumo: gerou renda, é ativo. Caso contrário, passivo. Se você adquire algo que te traz custos fixos permanentes, então você comprou uma dívida.

Quando você compra um imóvel , você está adquirindo um ativo ou um passivo? Depende. Se você mora no imóvel, ele é um passivo, pois não será utilizado para gerar renda( a não ser que você alugue algum espaço para alguém, como é muito como acontecer nos dias de hoje). Se você compra um imóvel para alugar para terceiros, então ele passa a ser um ativo. Custos como luz e condomínio, por exemplo, passarão a ser custeados pelo inquilino e não mais pelo proprietário enquanto o imóvel estiver alugado. Fim do contrato, as despesas do imóvel passarão novamente para a responsabilidade do proprietário.

Onde quero chegar? Coloque na ponta do lápis se realmente vale a pena ter um carro ou até mesmo um imóvel próprio(em ambos os casos, ter ou não, acarreta em inúmeras vantagens e desvantagens que varia de pessoa para pessoa) . Ter um bom planejamento financeiro faz toda a diferença e seu bolso agradece 🙂

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